A história da Geração de Renda da Fundação Almerinda Malaquias (FAM) está intrinsecamente ligada ao surgimento da própria organização em 1991. Fundada por Miguel Rocha da Silva, Jean-Daniel Vallotton e Marta Vallotton, a FAM nasceu com a missão de criar oportunidades sustentáveis para o antigo polo naval de Novo Airão, Amazonas. Sensibilizado pelas dificuldades econômicas enfrentadas pelas famílias locais após a criação de áreas de conservação ambiental, Miguel Rocha da Silva identificou no artesanato uma poderosa ferramenta de empoderamento e desenvolvimento local.
Inicialmente focada na marcenaria, com o fundador Jean-Daniel Vallotton ministrando as aulas, a FAM utilizava madeira reaproveitada da construção naval. Com o tempo, o programa diversificou-se, incorporando novas técnicas e materiais, sempre valorizando a tradição, a sustentabilidade e a geração de renda. Ao longo de mais de duas décadas, o Programa de Geração de Renda da FAM transformou a vida de milhares de pessoas, permitindo que famílias airãoenses alcançassem autonomia financeira, dignidade e esperança para o futuro.
O programa de geração de renda, que hoje atende cerca de 50 famílias, inicialmente focou em reaproveitar resíduos de madeira para a produção de artesanato sustentável. Posteriormente, foram incorporados novos produtos, como papel reciclado e sabonetes artesanais com aromas amazônicos. Esse esforço foi reconhecido com prêmios como o TOP 100 Artesanato Brasil do Sebrae, nas edições de 2006, 2008, 2011 e 2022, além das peças de marchetaria (pratos) representar o Amazonas durante o Mundial de Futebol de 2014.
A FAM se destaca por desenvolver um processo de capacitação técnica, abrir mercados para assegurar a sustentabilidade econômica dos interessados e incentivar o trabalho em grupo e a gestão de microempresas para a autonomia local. A iniciativa não só preservou a identidade cultural local, como também impulsionou o desenvolvimento socioeconômico da região, servindo de modelo inspirador para outras organizações.
O Ateliê das Icamiabas, anteriormente conhecido como Mulheres Empreendedoras, é uma iniciativa pioneira da Fundação Almerinda Malaquias que promove a geração de renda sustentável para mulheres. Criado em 2005, o projeto reaproveita materiais como papel descartado, caixas de papelão, fibras de bananeira e capim-santo para produzir papéis reciclados com texturas únicas e resistentes. Em 2024, o ateliê foi rebatizado como Ateliê das Icamiabas, refletindo uma nova fase do projeto.
Além da produção de papéis reciclados, o ateliê confecciona EcoBags, feitas com tecidos reutilizáveis. Essas sacolas ecológicas são uma alternativa sustentável às sacolas plásticas, incentivando o consumo consciente e contribuindo para a preservação ambiental.
Com o objetivo de agregar valor aos produtos e ampliar as oportunidades de renda, o projeto também passou a fabricar sabonetes naturais, utilizando essências típicas da Amazônia, como açaí, castanha, cumaru e copaíba. Essa diversificação atrai a atenção de turistas e visitantes, valorizando o trabalho artesanal e fortalecendo a economia local.
Mais do que um espaço de produção, o Ateliê das Icamiabas sensibiliza a comunidade sobre a importância da sustentabilidade e do protagonismo feminino. Por meio da confecção de EcoBags, papéis reciclados e sabonetes naturais, a iniciativa une empreendedorismo, artesanato e preservação ambiental, consolidando-se como uma referência em práticas sustentáveis e inclusão social na Amazônia.
Criada no ano de 2001, a Loja Social da FAM tem como objetivo expor e vender artesanatos produzidos por nossos artesãos, atendendo tanto turistas locais quanto clientes de todo o Brasil através do nosso e-commerce, a loja inicialmente ficava na área central do munícipio Novo Airão/AM.
Localizada em nossa instituição em Novo Airão/AM, a loja é moderna e passou por uma reestruturação em 2020, graças ao incentivo do programa Missão em Foco do Itaú Social. A Loja Social não visa lucros, mas sim ser uma fonte de renda para nossos artesãos e nossos projetos sociais. Atualmente, a destinação de cada venda, em média, segue o seguinte modelo: 60% para os artesãos, 30% para a manutenção da loja, oficina e insumos e 10% para o arrendamento social, revertido em apoio ao programa de educação ambiental.
Quer saber mais? Visite-nos e leve para casa um pedaço da Amazônia através do nosso artesanato.
